Em um ano marcado pelo aumento dos custos produtivos devidos aos gargalos logísticos e a desorganização nas cadeias globais de suprimento, a indústria do ES cresceu 4,9% em 2021, acima da média do país (3,9%). Entre os 15 locais pesquisados pelo IBGE, o Espírito Santo foi um dos nove no país que apresentou expansão no período.
O resultado positivo foi influenciado pela indústria de transformação, que expandiu 15,2% frente a 2020. O setor foi impulsionado pela recuperação da demanda nacional e internacional no setor da construção, que favoreceu o crescimento das atividades de metalurgia (24,1%) e minerais não-metálicos (17,2%).
Na indústria extrativa, por outro lado, houve uma queda acumulada de -11,5% em 2021. A menor produção foi decorrente das reduções produtivas de minério de ferro e petróleo e gás natural (P&G). De acordo com os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a extração de P&G teve um declínio de -14,8% no Espírito Santo.
Para 2022, permanece os desafios de pressão de custo, gargalo logístico e demanda fragilizada para a indústria, uma vez que o surgimento de novas variantes impedem uma recuperação mais rápida e sustentada das condições de oferta global. Além disso, a trajetória da inflação e, consequentemente, a retirada de estímulos monetários continua a representar um fator de incerteza no ambiente internacional que poderá inibir as compras externas de produtos industriais capixabas e nacionais.
Outros destaques
O setor de alimentos cresceu 5,6% em 2021, beneficiado pela maior produção de bombons e chocolates com cacau e refrescos, sucos ou néctares de frutas.
A fabricação de produtos de minerais não-metálicos cresceu 17,2% no ano, puxada pela maior produção de granito, de cimentos “portland” e de ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica.
Essa recuperação também foi impulsionada pelo crescimento expressivo da indústria construção no país e no mundo e pelo aumento das exportações de rochas ornamentais.
A atividade de celulose, papel e produtos de papel cresceu 13,8% em 2021. Em função da alta demanda mundial por fibra curta, essa atividade cresceu de forma consistente no estado desde antes do início da pandemia de Covid-19 e se manteve em elevados níveis de produção em 2021.
A metalurgia cresceu 27,8% na passagem de novembro para dezembro. O resultado foi influenciado pela baixa base de comparação, uma vez que em novembro o setor registrou queda de -14,6%.