O presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello, foi um dos convidados para o 2° Encontro Agro Business, realizado nesta quarta-feira (30), em Linhares. O município é um dos mais relevantes do agronegócio no Espírito Santo.
O evento reuniu empreendedores, produtores e importantes nomes do agronegócio no Espírito Santo.
Entre os temas debatidos estão os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia no agronegócio do Espírito Santo e de todo o Brasil.
O objetivo foi informar e debater com esses empresários e tomadores de decisão sobre as perspectivas e riscos no segmento, diante da crise provocada com a guerra entre os dois países do Leste Europeu.
Nos anos de 2020 e 2021, a pandemia da covid-19 desestruturou diversas cadeias globais de produção, provocando inflação e crescimento fraco. Agora, a invasão da Ucrânia pela Rússia introduziu um componente geopolítico nessa equação.
Bastianello participou do primeiro painel com tema “Perspectivas Agro Brasil” que teve também a participação do Head de Agronegócio – EloGroup, Octaciano Neto e do Presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória, Márcio Cândido.
O presidente da Cooabriel participou do debate apresentando um panorama dos desafios enfrentados pelos cafeicultores. Em sua fala Bastianello abordou aspectos dos preços dos insumos especialmente, a alta dos fertilizantes impactada pela guerra.
Ele fez uma retrospectiva dos desafios do agronegócio nos últimos dois anos, como a pandemia, os entraves logísticos e a guerra. Nos dois primeiros, ele avaliou que os produtores de modo geral, conseguiram encontrar formas de atravessar as situações, contudo avaliou as preocupações com o conflito que impulsionou os problemas nos preços dos fertilizantes haja vista a participação da Rússia como grande exportadora.
“A pandemia exigiu muitas mudanças, pois não imaginávamos que ela permaneceria por tanto tempo. Ultrapassamos colheitas de café com muitos desafios, inclusive de logística. Agora que estávamos na iminência do fim da pandemia, foi desencadeada uma guerra, o que gerou mais um temor: a falta de insumos e fertilizantes. A Rússia é um grande exportador de fertilizantes e o Brasil depende da importação. Precisamos de cautela, pois ainda não sabemos todos os desdobramentos da guerra. Sobre os custos de produção, a título de exemplo, fechamos o custo de produção do café conilon e levando em consideração uma produtividade média de 60 sacas por hectare, a gente está tendo um custo de cerca de R$600,00 a saca, logo, está sobrando pouco para o produtor. Então eu acho que a gente tem que tentar a busca de alternativas e conduzir a atividade com sabedoria nesse momento. Mas o agronegócio é forte e acreditamos que vamos sair dessa situação”, afirmou.
Para o head do Folha Business e colunista do Mundo Business no Folha Vitória, Ricardo Frizera, o agronegócio capixaba é um dos setores mais relevantes para a economia do Espírito Santo.
“Por isso o evento é importante, pois reúne empresários do setor, produtores rurais e outras lideranças que fazem a roda do agro girar no Estado”, disse. Frizera destacou ainda que o evento é realizado na cidade de Linhares por ser o município considerado a capital do agronegócio do Espírito Santo.
O Presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória, Márcio Cândido, a alta da Bolsa e do dólar fovoreceram a cotação do café no mercado brasileiro com preços recordes. “A demanda exacerbada na pandemia favoreceu o Brasil, que surfou nessa onda. Houve um excesso de demanda e uma imprevisibilidade que puxaram a alta nos preços. Para a próxima safra devemos fugir das previsões extremistas, tanto para mais quanto para menos”, explicou.
O evento debateu também sobre os “Impactos na Cafeicultura”, tema do segundo painel, com o CEO da Robusta Coffee, Thiago Orletti, o presidente do Sindicato dos Corretores de Café do Espírito Santo, Marcus Magalhães e do produtor rural e empresário, Eduardo Bortolini.
No terceiro painel, foi tratado do tema“Impactos na Fruticultura”, com a presença da produtora rural, Fernanda Permanhani, do CEO da UGPB, Rodrigo Martins e do Secretário de Agricultura de Linhares, Franco Fiorot.