Um grupo de empresários está investindo cerca de R$ 20 milhões na instalação de uma máquina esterilizadora de pimenta em São Mateus. A unidade, que será uma das primeiras do tipo no Brasil, faz parte do projeto Technobras (Brazilian Technology in Spice Sterilization) e envolve as empresas Agrorosa Importação e Exportação, Saconni Agroindustrial, CVP Agrícola e BLN Farms (do grupo capixaba Soma).
O maquinário, importado da Holanda, será instalado em uma área de 40 mil m² e utilizará um sistema de vapor de alta pressão para reduzir o nível de contaminação das sementes de pimenta por salmonella a índices internacionais. A tecnologia também permite a esterilização de produtos em pó.
A capacidade inicial de processamento será de 14 mil toneladas de pimenta por ano, com a expectativa de chegar a 44 mil toneladas no futuro. O início das obras está previsto para julho deste ano, com a operação prevista para julho de 2025. A intenção é atender à demanda de todo o Brasil.
A pipericultura brasileira vem sofrendo com detenções automáticas na Europa e Estados Unidos nos últimos anos, devido à alta incidência de salmonella no produto exportado. As barreiras sanitárias se tornaram mais rígidas, com testes realizados na chegada ao porto de destino. Se o resultado do teste for positivo, o contêiner é enviado de volta ao Brasil, gerando um grande prejuízo para os produtores.
O Espírito Santo é responsável por 65% das exportações nacionais de pimenta-do-reino. No ano passado, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Agricultura, foram vendidos US$ 167,6 milhões (R$ 871,5 milhões) em 54,5 mil toneladas de pimenta, tornando-a o terceiro produto mais exportado pelo agronegócio capixaba, atrás apenas do café e seus derivados (US$ 1,03 bi) e da celulose (R$ 775,5 milhões). A Secretaria estima que 12,5 mil propriedades cultivem pimenta no estado.