O Censo 2022 do IBGE indicou que João Neiva tem 14.079 habitantes, o que configura o município para ter apenas 9 vereadores nas próximas eleições, dois a menos que o número atual. Inconformado com o resultado, o prefeito Paulo Sérgio de Nardi (Republicanos), conhecido como Micula, entrou com ação na Justiça para contestar os dados.
Micula argumenta que, antes do Censo, a cidade contava com quase 17 mil habitantes. Diversos fatores o levam a crer que o número real seja maior: a prefeitura cedeu espaço para as equipes do IBGE, mas muitos moradores afirmam não ter sido entrevistados; o cartório eleitoral registra 13 mil eleitores e os serviços de saúde atendem cerca de 17 mil pessoas.
“Os números do IBGE são irreais. Os bairros estão crescendo e, mesmo que haja uma redução, não seria tão drástica”, afirma o prefeito.
Inicialmente, a prefeitura temia perder recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) com a queda na população. No entanto, após decisão do STF que garante a verba, a estratégia da ação judicial mudou. Agora, o objetivo é provar que o Censo subestimou o número de habitantes, utilizando dados do sistema de saúde e do eleitorado como evidências.
A Procuradoria de João Neiva entrou com duas ações na Justiça: a primeira questionava a perda de receita por meio do FPM, mas perdeu o objeto após decisão do STF. A segunda, ainda em curso, busca a revisão dos dados do Censo com base nos números da saúde e do eleitorado.
Micula espera que a Justiça reconheça a falha na contagem e que João Neiva mantenha os 11 vereadores na próxima legislatura. “Vamos lutar até o fim para garantir os direitos do nosso povo”, conclui.
A redução no número de habitantes impacta João Neiva de diversas maneiras, além da perda de cadeiras na Câmara Municipal. A cidade pode ter menos acesso a verbas federais e estaduais, afetando áreas como educação, saúde e infraestrutura.