Credores da norueguesa Seacrest Petróleo assumem controle de petroleira que atua no Norte do ES

Foto: Seacrest Petróleo

A norueguesa Seacrest Petróleo, que opera os maiores campos de petróleo e gás onshore do Espírito Santo, passou a ser controlada por seus credores após enfrentar sérias dificuldades operacionais e financeiras. A dívida acumulada de US$ 300 milhões levou à execução de um penhor de ações da subsidiária Seacrest Petróleo Cricare Bermuda Limited, resultando na nomeação de representantes dos credores como diretores das subsidiárias. O CEO José Cotello, que assumiu em maio, renunciou em meio à crise.

Segundo comunicado oficial da Seacrest, a empresa tinha acordos de tolerância em vigor com os credores e estava em negociações para a extensão desses contratos. Além disso, a companhia havia firmado um termo indicativo com a Trafigura para um pré-pagamento de US$ 140 milhões, o que gerava expectativas de recuperação. No entanto, a deterioração financeira culminou em uma queda drástica nas ações, que passaram de 0,79 euros em janeiro de 2024 para apenas 0,01 euro ao final do ano.

Fundada em 2019, a Seacrest se destacou no setor ao adquirir ativos da Petrobras, incluindo o Polo Norte Capixaba e o Terminal Norte Capixaba, ambos essenciais para a produção e escoamento de petróleo. A expectativa inicial era que a produção, que na época da estatal girava em torno de 8 mil barris por dia, mais que dobrasse. Contudo, a atual situação de caos na empresa deixou o futuro da operação incerto.

Diante da nova realidade, grandes empresas do setor estão monitorando de perto a situação da Seacrest e considerando a possibilidade de aquisição. Com a tomada de ativos pelos credores, as negociações para uma venda ou reestruturação podem ser aceleradas, gerando novas expectativas para o mercado de petróleo e gás na região.