Depois de quatro anos lutando contra uma leucemia agressiva e sem resposta à quimioterapia nem ao transplante de medula, o capixaba Lorenzzo Bom Costa, de 10 anos, morador da zona rural de Vila Valério, alcançou um marco histórico: completou um ano livre do câncer após participar de um tratamento experimental no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
O menino foi o primeiro paciente pediátrico no Brasil a receber a terapia celular CAR-T Cell, desenvolvida em parceria com o Ministério da Saúde. O método modifica células de defesa do próprio paciente para que reconheçam e destruam o câncer uma técnica inovadora e promissora no combate a leucemias e linfomas.
A mãe de Lorenzzo relembra o início da luta, em 2019, quando ele, então com 4 anos, começou a sentir fortes dores nas costas e foi diagnosticado com leucemia linfocítica aguda (LLA) após meses de idas a hospitais.
Foram anos de tratamento intenso, internações e recaídas. Após o transplante de medula feito pelo pai falhar, o CAR-T Cell surgiu como última esperança.
O procedimento, custeado integralmente pelo Einstein, não foi fácil Lorenzzo chegou a ficar intubado na UTI após uma convulsão. Mas hoje ele está bem, frequenta a escola, brinca e joga bola novamente. A família segue com acompanhamentos mensais e renovada pela fé.
“Ele sempre sorriu, mesmo nos piores momentos. Nunca desistiu”, conta a mãe.
No país, 11 pacientes já participaram do estudo com o CAR-T Cell, que busca tornar o tratamento acessível pelo SUS.
