O Banco Central (BC) anunciou um novo aumento na taxa Selic, elevando os juros básicos da economia em 1 ponto percentual, atingindo 14,25% ao ano. A decisão, unânime entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom), já era esperada pelo mercado financeiro e marca a quinta alta consecutiva da Selic, que não alcançava esse patamar desde outubro de 2016. Esse movimento reflete a necessidade de conter a inflação, impulsionada pelo aumento dos preços dos alimentos e da energia, além das incertezas da economia global.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, que, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou uma alta de 1,48% em fevereiro, acumulando 4,87% nos últimos 12 meses, superando o teto da meta estabelecida. Com a nova estrutura de metas contínuas, a inflação deverá ser monitorada mensalmente, com a meta de 3% e um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. O BC mantém a previsão de que o IPCA encerre 2025 em 4,5%, embora essa estimativa possa ser ajustada com base em variáveis como a cotação do dólar.
O aumento da Selic encarece o crédito e pode desestimular tanto a produção quanto o consumo, o que, por sua vez, ajuda a controlar a inflação. Entretanto, taxas de juros mais elevadas também podem dificultar o crescimento econômico. O BC projeta um crescimento de 2,1% para a economia em 2025, enquanto o mercado, conforme o boletim Focus, estima uma expansão de 1,99% do PIB para o mesmo ano.
Com a Selic elevada, o BC busca equilibrar o excesso de demanda que pressiona os preços, tornando o crédito mais caro e incentivando a poupança. A autoridade monetária deve considerar cuidadosamente qualquer redução da Selic, assegurando que a inflação esteja sob controle e que não haja riscos de novas altas de preços. A próxima atualização sobre a inflação e as expectativas do mercado será divulgada em março, refletindo o impacto das recentes decisões de política monetária.