O banco comunitário Monsarás será inaugurado, nesta quinta-feira (13), no Centro de Integração Comunitária (CIC) do distrito de Povoação, em Linhares, para promover o desenvolvimento local, por meio do acesso ao microcrédito solidário e à Moeda Social, que circulará apenas na comunidade.
O banco ofertará Crédito Produtivo, que visa apoiar os empreendedores e incentivar a criação de novos negócios; Crédito Habitacional, destinado a pequenas melhorias em imóveis; Crédito de Consumo, voltado à população de baixa renda e Crédito Saúde, destinado às pessoas que precisam realizar algum procedimento médico.
“Essa modalidade (Consumo) é destinada ao atendimento a necessidades imediatas das pessoas, como comprar remédios e alimentos, por exemplo”, diz André Mapa, analista de Economia e Inovação da Fundação Renova.
Um diagnóstico sobre a comunidade foi produzido por dez moradores locais, que foram capacitados para realizar a pesquisa. O levantamento traçou um perfil socioeconômico da comunidade e foi apresentado aos moradores no dia 28 de fevereiro. O documento serve de base para identificar novas oportunidades de desenvolvimento para a comunidade.
A iniciativa da Fundação Renova já implantou bancos comunitários em outras três localidades mineiras: Itueta, Cachoeira Escura e Baixa Verde. Em Regência, também no município de Linhares, o Banco local será inaugurado neste semestre.
Funcionamento
Os Bancos são geridos pelos próprios moradores, devidamente capacitados, e a política de crédito é definida pela própria comunidade. O projeto funciona com base no princípio da confiança: quem participa da gestão são moradores da localidade, que conhecem as pessoas e as demandas locais.
Com transparência, a comunidade acompanhará de forma constante a execução dos recursos destinados à iniciativa e poderá usufruir, a princípio, das linhas de crédito.
Moeda Social
Uma moeda social foi criada para circular exclusivamente dentro da comunidade. A ideia é reter o recurso no local, para que ele se torne mais competitivo e, assim, estimule uma cultura empreendedora entre a população.
“O interessante é que o projeto não é um fim em si mesmo, mas uma iniciativa que incentiva outras atividades econômicas por criar melhores condições para que a população possa empreender e gerar renda, tanto pelo acesso facilitado a crédito, em condições bem melhores do que em bancos tradicionais, quanto pelo estímulo ao consumo em nível local a partir do uso da Moeda Social”, ressalta André Mapa.
Orçamento
No Espírito Santo, serão destinados R$ 1,2 milhão para desenvolvimento do projeto ao longo de 33 meses.
Além da montagem da infraestrutura, consultoria para implementação e manutenção dos recursos humanos, cada banco gerenciará um Fundo de Crédito de R$ 180 mil por comunidade. As linhas de crédito, condições e prazos serão definidos pelos próprios moradores.
Cada banco receberá assistência direta para sua constituição e funcionamento, além de serem vinculados à Rede Brasileira de Bancos Comunitários.
“Historicamente, cada real concedido pelo banco comunitário, na forma de Moeda Social, recircula pelo menos cinco vezes dentro da comunidade, estimulando o empreendedorismo e aquecendo a economia local”, conclui Mapa.
Sobre a Fundação Renova
A Fundação Renova é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, constituída com o exclusivo propósito de gerir e executar os programas e ações de reparação e compensação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão.
A Fundação foi instituída por meio de um Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC), assinado entre Samarco, suas acionistas Vale e BHP, os governos federal e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, além de uma série de autarquias, fundações e institutos (como Ibama, Instituto Chico Mendes, Agência Nacional de Águas, Instituto Estadual de Florestas, Funai, Secretarias de Meio Ambiente, dentre outros), em março de 2016.