Em entrevista, nos estúdios da Rádio Nova Onda Aracruz 101,9 FM, recebemos, nesta terça-feira (26), Dr. Rodrigo Peçanha, delegado titular das delegacias de Fundão e Ibiraçu, e, atualmente, responsável pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Aracruz.
O delegado falou sobre a prisão pela PRF de Linhares, na última quarta-feira (20), de um indivíduo acusado de atacar mulheres em Aracruz e ameaçá-las com uma faca.
Segundo o delegado, após os ataques equipes da Polícia Civil iniciaram um cerco ao indivíduo. “Infelizmente, na quarta-feira, dia 20, já na parte da manhã, esse indivíduo iniciou uma série de ataques contra mulheres. Todos esses ataques com um fundo sexual, tentativa de estupro, que foi o enquadramento que nós demos a conduta dele. Quando recebemos a notícia, logo por volta das 6h, nós tínhamos uma equipe de policiais civis, que estava em operação nas ruas e iniciou os primeiros levantamentos afim de identificar esse sujeito.” disse o delegado.
Ainda segundo delegado, com a placa do veículo foi possível montar um cerco que contou com a participação da Polícia Militar e da PRF. “Então nós conseguimos identificar placa do veículo que ele estava utilizando e passamos para outros operadores na Polícia Militar e na Polícia Rodoviária Federal. Por volta das 2h da tarde, a equipe da Delegacia Patrimonial estava levantando as imagens dessas agressões quando recebemos a notícia de que, felizmente, ele havia sido detido no Distrito de Bebedouro, pela Polícia Rodoviária Federal.” informou Dr. Rodrigo.
Onde e quando os crimes ocorreram? Quantas são as vítimas até agora?
Foram 6 vítimas, que até o momento relataram ter sofrido agressões por ele, sendo duas no bairro Vila Rica, duas na Barra do Sahy, uma no Segatto e uma no Mar Azul.
Como essas vítimas fugiram?
O “modus operandi” dele era se aproximar das vítimas, que estavam a pé, com o carro, e fazer com que elas entrassem nesse veículo, sob ameaça de uma faca. A todo momento determinando que as vítimas olhassem para baixo e apontando essa faca.
Graças a Deus, nesses casos todos, as vítimas conseguiram, no momento de distração dele, se desvencilhar e fugir, correr gritando por socorro, que assustou o suspeito fazendo com que ele abandonasse essas vítimas.
Alguma vítima ficou ferida?
Sim. Teve um caso de uma senhora que saltou do carro em movimento. O carro estava a quase 50 km por hora, então ela sofreu várias escoriações na região dos braços e das pernas, mas felizmente ela está bem no momento.
Ele confessou o crime?
Não. Ele negou a autoria, apesar de todas as vítimas, sem nenhuma exceção, terem o reconhecido. Nós submetemos esse indivíduo a um auto de reconhecimento presencial. Existe uma sala preparada na delegacia com vidro espelhado. Essas vítimas, todas elas, reconheceram ele como sendo o autor. Além do mais, nós temos as imagens também do fato, que demonstra claramente que é ele mesmo que cometeu os crimes.
Qual foi a motivação?
Aparentemente ele estava drogado e embriagado, mas a motivação maior é uma motivação de caráter sexual. O indivíduo é, sem sombra de dúvida, alguém que agride mulheres e que procura praticar esses crimes de violência sexual.
Ele tem passagens anteriores na polícia?
Não. Ele não tinha passagem ainda pela polícia. Não quer dizer que ele não tenha cometido crimes, mas que até o momento, não tinha sido ainda identificado.
Podem haver outras vítimas que, por medo, não registram ocorrência? Como registrar?
A gente estimula e pede que as vítimas procurem a polícia. Indivíduo está preso, está custodiado, vai responder pelos crimes que cometeu. O silêncio da vítima é um fator que estimula muito a continuidade delitiva desses criminosos.
Pelo horário e locais dos crimes ele estava indo em direção a Vitória, mas mudou de direção e foi preso em Linhares. Algum cerco foi feito?
Na verdade, toda a Polícia Rodoviária Federal, toda a Polícia Militar, e também a Polícia Civil estavam alertadas do veículo e procurando esse indivíduo.
A gente não sabe exatamente o que aconteceu que fez com que ele mudasse de direção, mas olhando o mapa do crime, aparentemente, ele estava realmente caçando uma vítima e rodando aleatoriamente pela cidade, em busca de alguém.
Em relação à violência contra mulher, como denunciar os agressores?
A Polícia Civil tem um serviço bastante eficiente que é o Disque Denúncia, através do telefone 181. Não só vítimas de violência doméstica, mas outras vítimas ou alguém que tenha alguma informação sobre a prática de um crime pode fazer a denúncia. O sigilo é garantido.