De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2023 quase dois celulares foram roubados ou furtados por minuto no Brasil, totalizando quase um milhão de ocorrências registradas em delegacias de todo o país. Pela primeira vez, os furtos de aparelhos superaram os roubos, com 494.295 contra 442.999 casos. Embora os números apresentem uma redução de 4,7% em relação a 2022, os celulares continuam sendo alvos frequentes de criminosos, principalmente nas vias públicas e em horários de grande movimento nas cidades, como durante o deslocamento da população para o trabalho.
Os dados revelam que a marca mais visada pelos criminosos foi a Samsung, seguida pela Apple e pela Motorola. Os iPhones, apesar de representarem apenas 10% do mercado nacional, foram alvo de uma em cada quatro subtrações de aparelhos. Além disso, o anuário aponta que os usuários da Apple correm mais riscos em comparação com os de outras marcas. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública ressalta a importância dos celulares na nova dinâmica dos crimes patrimoniais, servindo como porta de entrada para outras modalidades delituosas em ascensão, como estelionatos e golpes virtuais.
As cidades com as maiores taxas de roubo e furto de celulares no Brasil incluem Manaus, Teresina, São Paulo, Salvador e Lauro de Freitas (BA), com taxas que chegam a mais de 2.000 casos a cada 100 mil habitantes. As ocorrências são mais comuns em vias públicas, de segunda a sexta-feira, em horários de alto movimento nas grandes metrópoles. Além disso, os furtos de celulares são mais frequentes nos finais de semana, em horários com movimento reduzido, demonstrando a relevância dos celulares como alvos de criminosos em diferentes contextos e horários.
A publicação do Anuário Brasileiro de Segurança Pública também destaca a tendência de estelionatos como crimes preferenciais, com um total de 1.965.353 registros em 2023, equivalente a um golpe a cada 16 segundos. Enquanto os roubos cederam espaço para esse tipo de crime, houve queda em seis diferentes modalidades de roubos, incluindo estabelecimentos comerciais, residências, transeuntes, cargas, veículos e celulares. A digitalização das finanças e o uso das redes sociais foram apontados como fatores que contribuem para a centralidade dos celulares na dinâmica dos crimes patrimoniais no país.