As exportações brasileiras de café conilon estão vivendo um momento histórico. Em julho, o país enviou para o exterior 900.818 sacas de canéforas, um aumento de 82,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, consolidando-se como o segundo melhor mês da história. Os dados, divulgados pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), revelam um crescimento exponencial de 313,7% nas exportações acumuladas de janeiro a julho, totalizando 5,178 milhões de sacas.
Esse desempenho excepcional é impulsionado por diversos fatores. A oferta menor de café por parte do Vietnã e da Indonésia, os maiores produtores mundiais, devido a questões climáticas, abriu uma janela de oportunidade para o conilon brasileiro. Além disso, a qualidade do café produzido no Espírito Santo, principal estado produtor do conilon, tem sido reconhecida internacionalmente. No entanto, esse cenário positivo ocorre em meio a desafios logísticos, com atrasos e alterações de escala nos navios impactando as exportações.
Apesar das perspectivas otimistas, a produção de conilon no Espírito Santo pode sofrer uma queda de 30% na safra 2024, devido a condições climáticas adversas. Essa redução na oferta, aliada à demanda crescente, deve impulsionar ainda mais os preços do café, que já alcançaram níveis históricos. A saca de 60 kg está sendo negociada a R$ 1.280,00, um sinal claro da valorização do produto no mercado internacional.
Os resultados positivos das exportações de café conilon refletem-se nos números gerais do setor. Em julho, o Brasil exportou 3,774 milhões de sacas de café, gerando uma receita de US$ 932,5 milhões. No acumulado do ano, as exportações alcançaram 28,14 milhões de sacas, com um faturamento de US$ 6,27 bilhões, representando um crescimento de 46,3% e 50%, respectivamente, em comparação ao mesmo período do ano anterior.