Após um julgamento que durou mais de 12 horas, o Tribunal do Júri de São Mateus condenou Leonardo Luz Moreira a 33 anos e 11 meses de prisão em regime fechado pelo homicídio qualificado de Ana Luisa Ferreira Marcelino da Silva, de 10 anos. O crime ocorreu em janeiro de 2021, quando a menina foi atendida por Leonardo no Hospital Estadual Roberto Silvares, em São Mateus. Apontado como “falso médico” pelo Ministério Público estadual (MPES), ele também foi condenado a pagar R$ 300 mil de indenização aos pais da vítima. A defesa nega as acusações e informou que recorrerá da decisão.
Leonardo foi preso preventivamente em dezembro de 2024 após investigações revelarem que ele cursava Medicina no Paraguai, descumprindo ordens judiciais. Segundo o MPES, ele adulterou documentos para fraudar o tempo de estudo ao transferir registros acadêmicos, computando quatro anos de curso em vez dos seis meses estudados na Bolívia.
Além do homicídio qualificado, ele foi acusado de exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica. Durante o julgamento, a defesa argumentou que Leonardo ainda poderia ser considerado médico por ausência de decisão judicial contrária, mas os jurados rejeitaram os argumentos.
Ana Luisa faleceu após receber um diagnóstico equivocado de gastroenterite durante o atendimento prestado por Leonardo. De acordo com Alessandra Marcelino, mãe da menina, o quadro de saúde da filha se agravou rapidamente, culminando em sua morte. Para o Ministério Público, o réu colocou em risco a vida de pacientes ao exercer ilegalmente a profissão, demonstrando desprezo pelas normas médicas e éticas. Após o veredito, Leonardo deixou o tribunal algemado e escoltado por agentes da Polícia Penal.
A defesa do réu afirmou que não concorda com a decisão e entrou com recurso para modificar a sentença e a pena imposta.