Leonardo Luz Moreira, acusado de homicídio qualificado pela morte da menina Ana Luisa Ferreira Marcelino da Silva, de 10 anos, será julgado no Tribunal do Júri de São Mateus, na próxima quinta-feira (27). O crime ocorreu em janeiro de 2021, após atendimento prestado por ele no Hospital Estadual Roberto Silvares. Além do homicídio, o réu também enfrenta acusações de exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica. O julgamento está agendado para às 8h, no Fórum local.
O falso médico foi preso em dezembro de 2024, após uma ordem de prisão preventiva emitida pela Justiça a pedido do Ministério Público do Espírito Santo (MPES). Ele foi detido pela Polícia Militar do Paraná, onde alegava residir, e as investigações indicaram que ele estava cursando Medicina em uma universidade no Paraguai, desrespeitando a proibição de deixar o país. Leonardo já havia sido preso anteriormente em agosto de 2021, em uma operação da Polícia Federal voltada para o combate à prática ilegal da medicina.
As investigações revelaram que Leonardo se matriculou em uma faculdade de Medicina na Bolívia, onde estudou por um semestre, antes de solicitar transferência para uma instituição brasileira, adulterando registros acadêmicos para simular quatro anos de estudo. Ele foi contratado por várias prefeituras no Norte do Espírito Santo e pelo governo do Estado, cobrando entre R$ 20 mil e R$ 40 mil pelos serviços de falsificação.
O caso ganhou notoriedade após a mãe da menina, Alessandra Ferreira Marcelino, relatar que a filha faleceu pouco tempo após receber prescrição médica do falso médico. Segundo ela, Leonardo diagnosticou Ana Luisa com gastroenterite, prescrevendo medicamentos inadequados. Durante o atendimento, a condição da menina piorou, levando a convulsões e, posteriormente, ao óbito.