A Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) ajuizou uma ação na Justiça Federal contra o bloqueio do ramal Piraqueaçu, que conecta a Estrada de Ferro Vitória-Minas aos portos de Aracruz. O trecho, além de outras vias, está obstruído desde o dia 22 de outubro, o que resultou em um impasse que chega a 56 dias nesta quinta-feira (18).
O bloqueio é liderado por indígenas da aldeia Córrego D’Ouro, que reivindicam a inclusão de suas comunidades no Programa de Indenização Definitiva (PID) da Samarco, em razão do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em 2015.
A Findes alega que o bloqueio de rodovias e ferrovias prejudica gravemente o abastecimento e compromete operações industriais vitais para o estado.
A ação judicial foi protocolada na última quinta-feira (11) e busca resolver a situação, que, segundo a Federação, afeta diretamente a logística do transporte de insumos, o escoamento da produção e o fornecimento de recursos essenciais para várias cadeias produtivas.
Em nota, a Findes destacou que a obstrução das vias representa uma ameaça para operações industriais críticas, especialmente aquelas que dependem de transporte contínuo de matérias-primas, produtos perecíveis e cargas perigosas.
A entidade também salientou que, antes de recorrer à Justiça, procurou colaborar com os órgãos competentes para solucionar o impasse de maneira pacífica.
“O desbloqueio das vias é urgente para evitar danos irreparáveis à coletividade, à ordem econômica e ao funcionamento regular das cadeias produtivas, que dependem de um fluxo constante de insumos indispensáveis para a manutenção de atividades industriais essenciais”, afirmou Paulo Baraona, presidente da Findes.
Posição dos Indígenas
Por outro lado, a liderança da Aldeia Caieiras Velha, representada por Joel Monteiro, enfatizou que o objetivo da mobilização é pressionar o Conselho Territorial a interromper as práticas consideradas abusivas pelas empresas mineradoras, que, segundo ele, têm ocorrido há anos.
“Agora, com a repactuação, essas violações continuam sendo perpetuadas pelo poder público”, declarou Monteiro, refletindo o descontentamento das comunidades afetadas pela tragédia de Mariana.




