O governo brasileiro está implementando um bloqueio no uso dos cartões do Bolsa Família para o pagamento de apostas esportivas, conforme anunciou o ministro do Desenvolvimento, Assistência Social e Combate à Fome, Wellington Dias, nesta quinta-feira (17). A decisão, que está em fase de implementação técnica, visa assegurar que os recursos destinados ao programa social sejam utilizados exclusivamente para atender às necessidades básicas das famílias beneficiárias. Dias fez questão de ressaltar que essa proibição se estende a todos os cartões de crédito, projetando assim uma medida uniforme que não discrimine os usuários do programa.
A iniciativa surge em um contexto de crescente preocupação com o uso excessivo de apostas, especialmente entre os beneficiários do Bolsa Família. Recentemente, um estudo do Banco Central revelou que aproximadamente 5 milhões de beneficiários gastaram cerca de R$ 3 bilhões em apostas apenas em agosto. O ministro destacou a importância de evitar a estigmatização desse grupo, ressaltando que, proporcionalmente, a maioria dos apostadores no Brasil não pertence a esse programa social. “Apenas 1,4% dos cartões do Bolsa Família foram utilizados para jogos”, observou Dias, enfatizando seu compromisso em não demonizar essa parcela da população.
Além da proibição do uso de cartões do Bolsa Família, a Caixa Econômica Federal também adotará um limite zero para pagamentos em casas de apostas, buscando fortalecer essa política de restrição. As plataformas de apostas legalizadas estão colaborando com o governo para implementar o bloqueio em seus sites, sinalizando que a fiscalização e o controle sobre o setor estão em andamento. O ministro afirmou que as conversas com as empresas de apostas buscam garantir um prazo para a aplicação dessas medidas o mais breve possível.
Por fim, a regulação do setor de apostas no Brasil está se intensificando, com 98 empresas autorizadas a operar, conforme dados do Ministério da Fazenda. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já começou a desativar sites que atuam de forma irregular, notificando cerca de 21 mil empresas de telecomunicações para suspender o acesso às páginas não autorizadas. Essa ação conjunta visa proteger os vulneráveis, especialmente aqueles que dependem do Bolsa Família, e assegurar um ambiente de apostas mais transparente e responsável no país.
