A Justiça de Minas Gerais condenou 14 membros de uma organização criminosa dedicada ao tráfico de drogas que operava na cidade de Aimorés e se ramificava para municípios vizinhos, além de ter vínculos com o Espírito Santo. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) acatou a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), resultando em penas que somam mais de 100 anos de reclusão, variando entre seis anos e nove anos e quatro meses para os condenados.
As investigações, que se arrastaram desde a aceitação da denúncia em outubro de 2019, foram conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Promotoria de Justiça de Aimorés. As provas coletadas incluíram interceptações telefônicas autorizadas, depoimentos de policiais e testemunhas, além de documentos e extratos bancários. Em três etapas da operação Katharsis, realizadas em 2019, 2022 e 2023, foram apreendidas drogas, armas, munições, celulares, dinheiro e radiocomunicadores.
A sentença revela que dois homens atuavam como líderes da associação, gerenciando as finanças e organizando as operações, mesmo durante seus períodos de prisão preventiva. Outras dez pessoas, incluindo duas mulheres, desempenhavam funções variando de depósitos bancários a escolta armada, evidenciando a complexa estrutura do grupo. Detalhes da atuação do tráfico em dois bairros de Aimorés foram destacados, incluindo práticas de intimidação à vizinhança e indícios de violência, como espancamentos e assassinatos orquestrados pelos líderes.
A associação também utilizava adolescentes para atividades relacionadas ao tráfico, como venda de drogas e monitoramento da presença policial. Enquanto a maioria dos réus foi condenada, quatro homens e cinco mulheres terão seus processos desmembrados e serão julgados separadamente. Um dos investigados faleceu antes do julgamento, ilustrando as consequências trágicas e severas do envolvimento em atividades criminosas.
