Cerca de 300 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram a Fazenda Coqueirinho, no município de São Mateus, na madrugada da última quarta-feira (17). A propriedade, com 294 hectares, já foi sede de uma fábrica de farinha de mandioca e, segundo produtores da região, estava sendo utilizada para pecuária.
Um dos líderes da invasão, Akeles Carolino, citou o presidente Lula em um áudio que circulou pelas redes sociais para justificar a ação. Ele afirmou que a fazenda está com “problemas sérios na justiça” e que Lula teria apresentado as terras que “podem ser desapropriadas para se tornar um assentamento”. Carolino ainda convocou mais invasores para a fazenda e disse que o movimento precisa de “mais gente para conquistar esse latifúndio”.
A invasão foi repudiada por entidades como a Associação Agricultura Forte, Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes) e outros produtores da região. Eles argumentam que a propriedade é privada e que a invasão é um crime.
Segundo um agricultor de São Mateus, muitos participantes do movimento já participam de assentamentos no mesmo município e que estão recebendo o aval do Governo Federal para seguir com as invasões. Outro produtor de São Mateus disse que essa invasão traz insegurança jurídica sobre a propriedade privada.
O juiz Lucas Vicente Modenesi, da 1ª Vara Cível de São Mateus, determinou a reintegração de posse da Fazenda Coqueirinho. A decisão foi tomada na quinta-feira (18). O prazo para que as famílias do MST desocupem a área ainda não foi definido.
O Governo do Estado do ES está acompanhando a situação e disse que está à disposição para o diálogo com as partes envolvidas. O governo também afirmou que vai cumprir a decisão judicial de reintegração de posse.