A disparidade nos preços da gasolina é uma realidade que afeta diretamente o bolso dos motoristas capixabas. Enquanto em Vitória o litro do combustível custa em média R$ 6,14, em cidades mais distantes dos centros de distribuição, como Cachoeiro de Itapemirim, o valor pode chegar a R$ 6,82, uma diferença de mais de 11%. Essa variação significativa tem como principais causas a logística de abastecimento e a dinâmica competitiva do mercado local.
A maior parte dos combustíveis consumidos no Espírito Santo chega por via marítima aos portos de Tubarão e Vila Velha. A partir desses pontos, caminhões-tanque distribuem o produto para os postos de venda em todo o estado. A distância entre os portos e as cidades, somada aos custos operacionais dos postos, como aluguel de terrenos e energia elétrica, impacta diretamente no preço final ao consumidor. Essa relação se torna ainda mais evidente em municípios como Mimoso do Sul e Muqui, separados por apenas 17 quilômetros, mas com uma diferença de preço de R$ 1,39 por litro.
A precificação dos combustíveis, no entanto, não se limita aos fatores logísticos. Segundo Maxwel de Paula, presidente do Sindipostos, cada comerciante define o preço de venda de acordo com a sua realidade. A localização do posto, o volume de vendas e a concorrência local são elementos que influenciam essa decisão. Em cidades como a Serra, a alta concentração de postos e a proximidade com os centros de distribuição permitem a oferta de preços mais competitivos. Já em localidades com menos opções de abastecimento, os preços tendem a ser mais elevados.
A desigualdade nos preços da gasolina no Espírito Santo revela a complexidade da formação dos valores dos combustíveis e demonstra como fatores como logística, concorrência e poder de negociação dos postos impactam diretamente no bolso do consumidor final.