O Espírito Santo se prepara para implementar um ambicioso projeto de captura e armazenamento de dióxido de carbono (CO2), uma estratégia crucial para a redução das emissões de gases do efeito estufa. Com a expectativa de reduzir cerca de 20% das emissões do estado, a iniciativa terá como base reservatórios de petróleo e gás natural localizados na região Norte. As empresas envolvidas nesse projeto, que inclui o Grupo Energisa e a distribuidora de gás ES Gás, visam não apenas mitigar os impactos das atividades industriais no meio ambiente, mas também impulsionar a transição energética e promover oportunidades econômicas.
No último dia 7 de agosto, foi assinado um memorando de entendimento que une esforços de várias empresas do setor de petróleo e gás, incluindo EnP Energy e Seacrest Petróleo. Essas parceiras serão responsáveis pela avaliação das áreas geológicas que podem servir como “cemitérios” para o CO2, que será armazenado em reservatórios já depletados. O diretor-técnico comercial da ES Gás, Raphael Pereira, destacou a adequação dessas áreas geológicas para garantir a segurança do armazenamento a longo prazo.
Além de armazenar o CO2, o projeto contempla a possibilidade de reinjeção do gás em campos petrolíferos para recuperação avançada de petróleo. O objetivo é utilizar o CO2 capturado de indústrias com alta dificuldade de descarbonização, como as de cimento e aço, promovendo uma solução integrada que favorece tanto a sustentabilidade quanto a viabilidade econômica. Essa coletividade de esforços é o que a iniciativa está chamando de C3US, uma sigla que destaca o caráter capixaba do projeto.
Estudos indicam que a implementação de tecnologias de captura e armazenamento de carbono pode gerar oportunidades significativas dentro do mercado energético. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a transição para uma economia de baixo carbono não só contribui para a mitigação das emissões, mas também promete atrair investimentos e garantir a criação de novos postos de trabalho. Com um potencial de movimentação de R$ 2 bilhões a R$ 4,5 bilhões em investimentos até 2050, essa proposta inovadora poderá posicionar o Espírito Santo como referência em soluções sustentáveis no Brasil.