Salário mínimo de R$ 1.518 passa a valer

A partir de 1º de janeiro, o governo instituiu um novo valor para o salário mínimo, que passa a ser de R$ 1.518, representando um aumento de R$ 106 em comparação com 2024, quando o valor era de R$ 1.412. Este reajuste, conforme anunciado pelo governo federal, inclui a reposição de 4,84% da inflação dos últimos 12 meses, além de um ganho real de 2,5%. A atualização está alinhada com a nova regra aprovada pelo Congresso Nacional, que estabelece limites para os aumentos do salário mínimo entre 2025 e 2030.

O novo arcabouço fiscal resultará em um ganho real que varia entre 0,6% e 2,5%, o que representa uma mudança significativa em relação à regra anterior, que previa a reposição da inflação mais 3,2%, correspondente à variação do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. Essa alteração no cálculo afetará diretamente cerca de 59 milhões de brasileiros que têm seus rendimentos atrelados ao salário mínimo, incluindo trabalhadores formais, domésticos, autônomos e beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Além das implicações diretas na vida de milhões de trabalhadores, o novo salário mínimo também impacta as despesas do governo federal, como os pagamentos de aposentadorias, pensões e benefícios assistenciais. Estima-se que aproximadamente 19 milhões de pessoas recebam aposentadorias ou pensões, e mais de 4,7 milhões têm direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). A empresa Tendências Consultoria projeta que a nova política de reajuste poderá gerar uma economia de R$ 110 bilhões em gastos públicos até 2030, com R$ 2 bilhões previstos apenas para 2025.

Historicamente, entre 2003 e 2017, o salário mínimo no Brasil teve um ganho real de 77%, superando a inflação. No entanto, essa política de reajuste foi interrompida entre 2018 e 2022. O salário mínimo foi criado em 1936, durante o governo do ex-presidente Getúlio Vargas, e continua sendo um pilar fundamental para a economia e a proteção social no país.