Estudo realizado na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), revelou a importância do momento ideal para a colheita do café Conilon, com foco na maturação dos frutos. O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes, São Mateus. A pesquisa analisou seis genótipos da espécie Coffea canephora, demonstrando que frutos com maturação próxima de 90% apresentam grãos mais claros, bem formados e comercialmente adequados. Os resultados mostraram que a seleção correta do ponto de colheita impacta diretamente no rendimento e na qualidade do produto final.
Os pesquisadores, Henzo Pezzin Salvador e Fábio Luiz Partelli, observaram que o processo de maturação do café é subdividido em seis fases distintas, desde frutos verdes até a completa maturação. Frutos colhidos precocemente apresentaram grãos malformados e escuros, enquanto os maduros resultaram em grãos de melhor qualidade. O estudo também apontou que após a maturação completa ocorre perda de peso devido à degradação pós-maturação, reforçando a necessidade de um planejamento estratégico para a colheita.
O trabalho demonstrou que organizar os genótipos em fileiras de acordo com seus ciclos de maturação – dos mais precoces aos tardios – otimiza o uso de recursos e reduz perdas. Esse sistema facilita a logística de colheita, evitando sobrecargas de mão de obra e máquinas, além de minimizar os riscos de colher frutos verdes ou excessivamente maduros. Tais cuidados são fundamentais para manter a qualidade e o peso dos grãos.
Os resultados obtidos evidenciaram ganhos significativos de produtividade quando a colheita foi realizada no momento ideal. No caso do genótipo Pirata, por exemplo, verificou-se um aumento de 7,7 sacas por hectare em um intervalo de apenas um mês. Esses achados destacam a relevância de um planejamento eficaz que considere tanto as características dos genótipos quanto as limitações operacionais, possibilitando maior competitividade e lucratividade na cafeicultura.