Uma pesquisa da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) revelou que mais da metade dos proprietários de motocicletas no Brasil não possui habilitação adequada para conduzir esses veículos. De acordo com o estudo, dos 32,5 milhões de registros de motocicletas, motonetas e ciclomotores no país, 17,5 milhões, ou 53,8%, não têm Carteira Nacional de Habilitação (CNH) válida para esses veículos. Os resultados são atribuídos a fatores como o custo acessível das motos, o aumento em negócios de veículos compartilhados e a dificuldade de acesso à CNH para parte da população.
O estudo também destaca que a predominância de motocicletas é mais acentuada em estados do Norte e Nordeste, com o Maranhão apresentando o maior percentual, com 60% da frota local composta por esses veículos. Em números absolutos, São Paulo lidera o registro de motocicletas, com 7 milhões, seguido por Minas Gerais e Bahia. O crescimento do número de motocicletas na frota nacional, que já chega a 28%, pode continuar, alcançando 30% em seis anos, caso a tendência atual persista.
Além dos dados sobre a habilitação, a pesquisa aponta um aumento significativo no número de infrações cometidas por motociclistas. Após uma redução durante a pandemia de covid-19, o total de multas saltou de aproximadamente 150 mil em 2020 para mais de 1,3 milhão em 2023. A maioria das infrações diz respeito à não utilização ou uso inadequado de equipamentos de segurança, com o não uso de capacete sendo responsável por cerca de 43% dos casos.
Os acidentes envolvendo motocicletas também são um tema de preocupação. Os dados indicam que esses veículos estão envolvidos em pelo menos 25% dos sinistros e em mais de 30% das fatalidades no trânsito. Diante desse cenário, a importância de políticas públicas e estratégias de mobilidade para aumentar a segurança viária se torna evidente, especialmente em relação aos condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores.